8/10/2009

O segmento de móveis, eletroeletrônicos e informática será o setor do varejo que registrará o maior crescimento este ano. Redes como Casas Bahia, Cybelar, Extra e Magazine Luiza comemoram os resultados dos últimos meses e acreditam que seu desempenho não será diferente no Natal, com crescimento de até 20% nas vendas - e destaque para computadores.

Segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, no acumulado de janeiro a setembro deste ano o setor contabilizou crescimento de 10,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.

A rede paulista Cybelar, que possui mais de 60 lojas espalhadas pelo interior paulista e atende principalmente o público C e D, afirma que o Natal será melhor do que o do ano passado e projeta incremento de 20% nas vendas. De acordo com Ubirajara José Pasquotto, diretor da companhia, já há uma aceleração de compras para o final do ano.

O executivo aponta a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre produtos de linha branca, por exemplo, como um dos principais motivos e que possibilitou que os meses anteriores tivessem um bom desempenho.

"Este ano ainda não deve passar o de 2008 em vendas, mas já está acima de 2007", explica.

Para o diretor, o problema de abastecimento de itens da linha marrom, como TVs de LCD, também deve ser normalizado porque a expectativa é que os produtos sejam muito procurados no Natal, assim como itens da área de informática.

Com os resultados e otimismo para fechar o ano, a Cybelar estuda a aquisição de outras redes no interior paulista, além de estudar a implementação do seu comércio eletrônico. "Não estamos à venda, pelo contrário, pretendemos expandir também por meio de aquisições. Quanto ao e-commerce, já temos um catálogo virtual de produtos disponível nas lojas, e o próximo passo é montar a operação on-line."

A rede Magazine Luiza também tem comemorado resultados e segue otimista para o Natal. Segundo a empresária Luiza Helena Trajano, em entrevista recente ao DCI, as vendas devem crescer 10% frente às do ano passado no Natal, e no varejo eletrônico (e-commerce) é esperado acréscimo de 50%. Em São Paulo, a rede afirma que está contente por completar um ano de operação, com 53 lojas, e deve manter a expectativa original de abrir 100 lojas na cidade até 2010.

Indicadores

Para Luiz Rabi, gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, o setor foi, de fato, um dos que mais se beneficiaram com o IPI e com certeza fechará o ano na liderança, seguido do setor de veículos.

"A venda de veículos deve perder um pouco o ímpeto com a volta gradual do IPI, mas em eletrodomésticos o benefício continua e o setor de computadores tem passado ao largo da crise, colhendo incentivos do passado e com notebooks mais baratos, por exemplo."

Os demais segmentos varejistas, como o de supermercados, devem manter o desempenho e a expectativa é que o setor de material de construção, que, mesmo com o IPI, continua em queda, volte a crescer com o reaquecimento do mercado imobiliário.

Para o técnico, os meses de maio, junho e julho foram de alto crescimento do varejo como um todo e arrancada de saída da crise, com média de crescimento de 1,5% por mês; os próximos meses devem apresentar taxas mais estáveis e menores, o que é até saudável para a economia e não significa pessimismo para o final do ano, pelo contrário.

Em relação ao desempenho do varejo no mês de setembro, o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, mostrou que em comparação a setembro de 2008, a atividade varejista teve elevação de 5,6%, a segunda maior taxa do ano, perdendo só para agosto.

Nuno Fouto, professor do Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), concorda que os segmentos devem continuar em alta e lembra que "as condições de crédito e pagamentos estão praticamente retomadas", e que o setor de informática sempre aparece na frente por ainda ter pouca penetração. "Ainda há muitos consumidores sem notebook e desktop que aproveitam o Natal", diz.

On-line

Aproveitando o aquecimento do consumo, a Apple inaugurou nesta terça-feira a sua loja on-line no Brasil, fazendo vendas diretas pela primeira vez no País. Antes, vendia por meio de revendedores oficiais e lojas do varejo.

Redes do varejo comemoram o sucesso das vendas de móveis, eletroeletrônicos e itens de informática. É o caso de Casas Bahia, Cybelar, Extra e Magazine Luiza, que se surpreenderam com as vendas desses produtos - a alta foi de 10,1% no acumulado de janeiro a setembro, na comparação com igual período do ano passado.

Com a chegada do Natal, a previsão é fechar o ano com chave de ouro e chegar a uma alta de até 20%.

A Cybelar, dona de mais de 60 lojas e com foco maior no público C e D, está otimista, diz o diretor Ubirajara José Pasquotto. A empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, tem opinião semelhante e prevê avanço de 50% nas vendas do varejo eletrônico.

Para Luiz Rabi, da Serasa Experian, a venda de notebooks mais baratos deve se destacar ainda mais este ano.

Fonte: DCI

8/10/2009

Os bancos voltaram a aquecer os motores para conceder crédito às empresas. Depois de dois trimestres de calmaria, agosto foi o ponto de inflexão que deve marcar a retomada desse segmento. Mais do que uma corrida para tirar o atraso gerado pela crise, os bancos estão de olho no crescimento da economia em 2010.

Somente o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, tem quase R$ 40 bilhões disponíveis para as empresas, metade dos R$ 80 bilhões previstos para o ano. "Se houver mais demanda, podemos elevar esse limite", diz Sandra Boteguim, diretora de produtos para pessoas jurídicas.
Foto Destaque

Na mesma linha, o Bradesco se surpreendeu com a retomada antes do previsto da demanda por crédito empresarial. Segundo o presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, a capacidade ociosa, que existiu no fim do ano passado e início deste, desapareceu. E a demanda por capital de giro deve aumentar muito, disse em recente entrevista ao Valor. A previsão é que a carteira avance 20% nos próximos 12 meses.

Enquanto isso, o Banco do Brasil mantém o ritmo forte de financiamentos que imprimiu durante a crise e o Santander se prepara para o lançamento de ações que dará um fôlego adicional de R$ 80 bilhões para o crédito.

A disputa entre as grandes instituições financeiras que se delineia pode favorecer as empresas. Os setores pouco dependentes do mercado externo e que sofreram menos com a crise, como o de bens de consumo, já têm oferta de crédito em excesso. Para as chamadas empresas saudáveis já há mais oferta do que demanda.

Um indicador desse comportamento é que a taxa de conversão dos novos clientes ("prospects") em tomadores ativos de crédito está caindo, ou seja, as empresas não estão usando todo o limite disponibilizado pelos bancos.

Muitas linhas que haviam sumido estão aos poucos retornando à prateleira dos bancos. O capital de giro caminham para a normalidade, com prazos próximos de um ano e a volta da carência e do pagamento parcelado. Na crise, os prazos caíram para 30 e 60 dias, com renegociação mensal de taxas.

Já os juros vêm caindo consistentemente, apesar do spread ainda elevado. As médias que chegaram a pagar CDI mais 1,5% ao mês durante a turbulência já contam com ofertas a CDI mais 1% ao mês e até taxas inferiores.

O retorno à ativa dos bancos grandes se deve à melhora da confiança, à queda da inadimplência e também à reabertura das linhas externas. Mas nesse caminho de volta estão se deparando com um obstáculo importante. Têm encontrado boa parte do mercado ocupado pelos bancos públicos, que, sob orientação do governo, pisaram fundo na concessão de crédito durante a crise.

Segundo o diretor financeiro de uma companhia de médio porte, o Banco do Brasil era um dos seus parceiros menos expressivos. "Os juros eram baixos, mas o banco estatal sempre liberou limites muito curtos com uma análise muito conservadora", disse o executivo. Com a crise, o BB ampliou os limites e passou a ser o principal banco dessa empresa, ao lado do Banco do Nordeste.

A estratégia do BB pode ser determinante na disputa que promete ser acirrada em 2010. "Largamos na frente e pretendemos manter o ritmo forte no ano", disse o diretor de atacado, Allan Toledo. "Ajudamos muitas empresas a sobreviver. Nos tornamos parceiros delas. Vamos continuar crescendo nas companhias que conhecemos e também buscar novos clientes."

Com a economia podendo crescer mais de 5% em 2010, o crédito deve ser o grande motor da expansão da atividade e do consumo. É esperado um grande crescimento dos empréstimos no próximo ano e ninguém quer ficar para trás. Relatório do Goldman Sachs prevê crescimento da carteira de Itaú e Bradesco em 25%.

O acirramento da concorrência já preocupa os bancos médios. Quem trabalha no "middle market" está ampliando a equipe e revendo as estratégias, como o Banco Fibra. "Estamos nos preparando para sair cantando pneu no dia 2 de janeiro", disse o diretor Maércio Soncini.

A instituição não quer perder o espaço que conquistou no ano. "Nos antecipamos e trouxemos 400 novos clientes". O Banco Votorantim, que concluiu parceria com o BB, também prepara uma ampliação da área para médias empresas.

Agosto marcou a volta dos bancos ao crédito para empresas e setembro já registrou intensa disputa pelos clientes mais saudáveis. Segundo o Banco Central, o saldo cresceu pouco mais de 1,4% entre julho e agosto, mas é preciso considerar que no último dia de julho houve uma operação de R$ 25 bilhões entre o BNDES e a Petrobras que distorceu os dados. Sem isso, a concessão aponta claramente para uma inflexão, com avanço de 4,6% no mês (ver gráfico).

O cenário, no entanto, ainda está distante do pré-crise, antes da quebra do banco americano Lehman Brothers que levou as instituição nacionais a reduzirem dramaticamente a oferta de dinheiro.

O caso da Beraca, indústria de médio porte que fornece ingredientes naturais para as farmacêuticas, ilustra bem o momento. "Está havendo uma retomada gradual da oferta, principalmente no segundo semestre.

Mas as instituições estão muito mais criteriosas, exigindo garantias mais líquidas, como recebíveis ou aplicações financeiras", disse Ana Paula Sudan, supervisora financeira da companhia. "O mercado começou a girar de novo, estamos vendendo mais, mas a disponibilidade de crédito não está na mesma velocidade".

Apesar da seletividade, as condições já são mais favoráveis. "Antes da crise, fechávamos uma operação de financiamento à importação com custo de 5% ao ano. Hoje ainda está caro, na casa dos 13%. Mas no pico da crise bateu 37% ao ano. Quem estava disposto a pagar esse custo sem saber o que ia acontecer", questiona Ana Paula.

Boa parte desse rigor ainda se mantém, segundo Fernando Blanco, presidente da seguradora de crédito Coface, porque a memória da alta da inadimplência ainda está muito fresca. "Nessa crise, empresas tinham solvência, mas estavam mais alavancadas que o usual. Tinham muitas duplicatas a receber, estoque muito alto e endividamento erroneamente de curto prazo."

Fonte: Valor Econômico

8/10/2009

A Receita Federal do Brasil realiza hoje (08/10), a Operação Leão Expresso IV



A Receita Federal do Brasil realiza hoje (08/10), a Operação Leão Expresso IV, com a finalidade de combater o comércio irregular de mercadorias estrangeiras, encaminhadas por intermédio de encomendas expressas domésticas. A Operação, desencadeada em 33 cidades de todas as regiões do país, conta com a participação de 189 servidores. 


Os remetentes e destinatários de mercadorias estrangeiras com indícios de práticas de contrabando e descaminho serão intimados a apresentar os documentos comprobatórios da entrada regular no País.


Caso não consigam a comprovação, os envolvidos serão autuados e a mercadoria será submetida à pena de perdimento. Neste caso, a Receita vai encaminhar representação fiscal para fins penais ao Ministério Público Federal.  


A Receita alerta que contrabando e descaminho é crime tipificado no artigo 334 do Código Penal, punido com reclusão de 01 a 04 anos. Incorre na mesma pena quem adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. 


O resultado da Operação será divulgado a partir das 17h de hoje.

Fonte: Receita Federal

7/10/2009

Recursos poderão ser sacados a partir de 15 de outubro.
No lote, constam 1,17 milhão de contribuintes com restituição.

A Receita Federal abre nesta quarta-feira (7), a partir das 9h, as consultas ao quinto lote do Imposto de Renda Pessoa Física (2009), ano-base 2008.

 As restituições, entretanto, serão pagas somente a partir de 15 de outubro. Neste lote, segundo a Receita Federal, constam 1,17 milhão de contribuintes com direito à restituição, no valor de R$ 1,11 bilhão. Os valores serão corrigidos em 4,7%.

 As consultas poderão ser feitas por meio da página da página da Receita Federal na internet ou pelo telefone 146. Para saber se está no lote, o contribuinte deverá informar o número do seu CPF.

Lotes já pagos do IR 2009

As restituições do Imposto de Renda Pessoa Física são pagas em sete lotes mensais, entre junho e dezembro de cada ano, geralmente por volta do dia 15.

 No primeiro lote do IR de 2009, que saiu em junho, a Receita pagou restituições a 1,26 milhão de contribuintes, sendo 1,07 milhão de idosos, com valor total de R$ 1,53 bilhão.


Já em julho, no segundo lote do IR 2009, 1,48 milhão de contribuintes receberam restituições, no montante de R$ 1,82 bilhão. Em agosto, foram pagos R$ 650 milhões em restituições a 620 mil contribuintes. Em setembro, foram pagas restituições a 376,5 mil contribuintes, no valor de R$ 386 milhões.

Lote de 2008

Além de abrir as consultas ao quinto lote do IR 2009, a Receita Federal informou que, na próxima quarta-feira, também poderão ser feitas consultas sobre o Imposto de Renda 2008, ano-base 2007.

 Neste caso, trata-se de um lote da malha fina, ou seja, de contribuintes que caíram na malha fina do Fisco. No lote residual do IR de 2008, segundo a Receita Federal, as restituições totalizam R$ 30,5 milhões, com correção de 16,77%. Foram contemplados 10,6 contribuintes com restituição.

Pagamento de Darf

A Receita Federal informou ainda aos contribuintes que o pagamento de DARF sem código de barras também pode ser realizado através dos caixas de auto-atendimento, ou pela internet.

A Receita informa que realiza este comunicado porque "inúmeros contribuintes" desconhecem esta possibilidade julgando, equivocadamente, ser necessário dirigir-se aos caixas das instituições financeiras para realizar tais pagamentos.


 

7/10/2009

Papel saiu no centro das expectativas, negociado a R$ 23,50. Unidade brasileira do banco representa 20% do lucro mundial.

O preço por ação do Santander Brasil na oferta pública primária do banco foi definido em R$ 23,50, no centro da faixa de estimativas de R$ 22 a R$ 25. De acordo com informações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação movimentou R$ 14,1 bilhões, para um total de 600 milhões de unidades.

Trata-se da maior oferta pública inicial (IPO) da história a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e possivelmente pode ser a maior do mundo em 2009.

Outras dez empresas já ofereceram papéis ao mercado neste ano, enquanto outras 13 pretender fazer o mesmo até o fim do ano. Assim, o total movimentado com IPOs no país pode chegar a R$ 40 bilhões até dezembro.

As ofertas de ações são abertas tanto para investidores locais quanto para estrangeiros, que têm aumentado a sua presença no país. E o dinheiro externo continua a entrar em grande quantidade na Bovespa: foram US$ 4 bilhões em setembro, contra US$ 1,65 bilhão de agosto.

Segundo o economista-chefe do WestLB, Roberto Padovani, a oferta de ações, que tem a função de captar dinheiro, mostra a confiança da instituição na economia do país. "Os bancos, como os empresários de modo geral, acreditam no país e estão preparando seus negócios para um crescimento muito forte", afirma.

Santander no Brasil

Para se ter uma ideia da importância da operação no Brasil para a instituição espanhola, nos seis meses encerrados em junho, a unidade brasileira do banco espanhol representou mais de 20% do lucro líquido do grupo e 53% do ganho na América Latina.

A matriz do Santander informou nesta quarta-feira que vai apurar ganhos de capital de 1,43 bilhão de euros (US$ 2,10 bilhões) com a oferta de ações de sua unidade no Brasil, e os recursos serão direcionados para provisões gerais. O banco espanhol disse ainda que a transação deve elevar seu capital em 0,60 ponto porcentual.

A maior operação de estreia no mercado acionário brasileiro até então tinha sido a da VisaNet, de R$ 8,4 bilhões, no final de junho. Os papéis do Santander Brasil começarão a ser negociados em São Paulo e Nova York nesta quarta-feira, dia 7.

Segundo a BM&FBovespa, o leilão de abertura de negociação das ações será nesta quarta-feira, e os papéis terão o código SANB11.

Oferta

O lote inicial da oferta envolve 525 milhões de unidades, cada uma representando 55 ações ordinárias e 50 ações preferenciais. A operação contemplava também a possibilidade de um lote suplementar de até 75 milhões de units e outro adicional de 25 milhões de units, em caso de excesso de demanda, como acabou ocorrendo.

A coordenação da operação é feita pela própria unidade brasileira do Santander, com apoio de Credit Suisse, Merrill Lynch e BTG Pactual. A primeira grande aposta do Santander no mercado brasileiro aconteceu com a compra do banco paulista Banespa, quando de sua privatização no final de 2000. Em 2007, o banco adquiriu o ABN Amro Real, ampliando sua posição no país.

6/10/2009

Em homenagem ao Dia da Micro e Pequena Empresa, comemorado hoje (5), a Caixa Econômica Federal disponibilizará R$ 20 bilhões para investimento no setor.


Os recursos estão disponíveis a partir de hoje e poderão ser usados em linhas de capital de giro e antecipação de receitas até o final de dezembro deste ano.


Kelly Oliveira

Fonte: Agência Brasil

6/10/2009

Operação-piloto no Distrito Federal multa cerca de 700 contribuintes em R$ 150 mil e deve ser estendida a Estados

Ilegalidades mais comuns encontradas por fiscais foram nas deduções de gastos com educação, saúde e previdência privada


LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


A Receita Federal decidiu apertar o cerco contra fraudes em deduções do Imposto de Renda (IR) praticadas sobretudo pela classe média.
Operação-piloto iniciada em Brasília pela área de inteligência do fisco começou a apresentar os primeiros resultados no mês passado, com autuações ao redor de R$ 150 mil por contribuinte. Há casos, contudo, superiores a R$ 400 mil, de acordo com documentos obtidos pela Folha.
A ação do fisco já foi estendida a vários Estados, mas o trabalho nas outras cidades está numa fase mais inicial. No Distrito Federal, numa primeira leva, já foram multadas aproximadamente 700 pessoas. A operação será ampliada na capital do país no ano que vem.
Os valores dos autos de infração são proporcionalmente elevados (para pessoas físicas), devido às quantias sonegadas (sobre as quais são aplicadas multa e juros) e ao período de abrangência da fiscalização, que compreendeu os anos de 2004 a 2008.
Esse trabalho da área de inteligência da Receita vem sendo gestado desde 2007, quando auditores pegaram panfletos distribuídos perto da sede do Banco Central, em Brasília, com anúncios de serviços para aumentar a restituição do IR.
A operação foi conduzida paralelamente à política que a ex-secretária Lina Vieira havia começado a implementar no final do ano passado, de priorizar a fiscalização sobre os grandes contribuintes.
A Receita permite às pessoas físicas abater do IR despesas com saúde, educação e previdência complementar de si próprios ou de seus dependentes. Quanto mais altas as deduções, menor o imposto a pagar.
Os auditores em Brasília identificaram que muitas pessoas forjavam gastos dentro dessas três modalidades para aumentar os valores de restituição do imposto. Houve até quem inventasse filhos trigêmeos para justificar lançamentos fictícios.
A restituição do IR ocorre quando a soma do tributo pago pelo contribuinte ao longo do ano supera o valor efetivamente devido, gerando assim um saldo a ser devolvido pelo governo.


Servidores
A maioria dos autuados na capital do país é de servidores públicos, incluindo funcionários do Poder Executivo, do Congresso, do governo do Distrito Federal, da Polícia Civil e membros das Forças Armadas.
No ano passado, foi instaurada uma investigação para apurar o caso. Os fiscais chegaram a grupos especializados em assessorar contribuintes que desejavam aumentar a restituição do IR. Os serviços eram oferecidos principalmente a servidores públicos.
A partir da identificação desses esquemas, a Receita passou a fazer diversos cruzamentos de informações em seus sistemas, o que permitiu selecionar milhares de declarações com indícios de irregularidades.
De um modo geral, a Receita delineou quatro grupos de fraudes.
No primeiro, os sonegadores lançavam pagamentos para Fapi (Fundo de Aposentadoria Programada Individual), que permite deduções da base de cálculo do IR.
Contudo, no lugar de informar o CNPJ da entidade de previdência encarregada de administrar o produto, o contribuinte repetia o CNPJ de seu empregador. Ou seja, as despesas com o fundo de aposentadoria eram falsas, pois o Fapi não existia.
No segundo grupo, os fraudadores informavam CNPJs de seguradoras conhecidas no mercado, como Sul América e Unimed, porém os planos de previdência e de saúde e os valores descontados eram fictícios.
No terceiro, havia deduções forjadas de diversas naturezas, mas com valores muito próximos informados por vários contribuintes e com as respectivas declarações de renda entregues a partir de um mesmo IP (número de identificação de um computador ligado à internet) -uma quadrilha especializada em fraudar o IR prestou serviços para várias pessoas.
O modo de atuação do quarto grupo era semelhante ao do terceiro, porém com uma particularidade: quantidade significativa de dependentes declarados como nascidos no mesmo dia. "Para ampliar o limite de dedução com educação, saúde e dependentes, são inseridos filhos fictícios, tornando-se comum declarações que contêm filhos gêmeos e trigêmeos", informa relatório de inteligência do fisco ao qual a Folha teve acesso.
A partir da experiência adquirida em Brasília, a Receita decidiu expandir para o resto do país o formato de fiscalização.


 

5/10/2009

Analistas passam a prever crescimento do PIB de 0,01% em 2010.
Expectativa do mercado para a inflação oficial fica estável.
Alexandro Martello

O mercado financeiro passou a prever, na última semana, um aumento maior na taxa básica de juros em 2010, segundo informações do relatório de mercado, documento divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (5) que traz as projeções dos economistas de instituições financeiras.

Segundo os analistas do mercado financeiro, a taxa de juros, determinada pelo Banco Central, deverá terminar o próximo ano em 9,75% ao ano, acima dos 9,50% ao ano estimados na semana anterior. Esse já é o segundo aumento consecutivo na projeção do mercado. Há um mês, os economistas acreditavam que a taxa terminaria 2010 em 9,25% ao ano.


A revisão da estimativa do mercado financeiro acontece após a divulgação do relatório de inflação do terceiro trimestre pelo BC, ocorrida na sexta-feira (25). No documento, a autoridade monetária prevê um aumento da inflação em 2010 e 2011, impulsionada pelos gastos públicos.

Inflação

No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o BC calibra a taxa básica de juros para atingir metas pré-determinadas. Para 2009, 2010 e 2011, a meta central é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida.
 
Segundo a pesquisa feita pelo BC com os economistas do mercado financeiro, a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano foi mantida estável em 4,31%. Para 2010, porém, a expectativa do mercado para o IPCA permaneceu em 4,40% na semana passada.

PIB

O mercado financeiro melhorou, na última semana, a sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Na semana passada, passou a projetar um crescimento de 0,01%, contra uma projeção anterior de um crescimento zero. O Banco Central informou na última sexta-feira (25) que a sua previsão para o crescimento do PIB foi mantida em 0,8%.


A melhora nas expectativas do mercado, que, por seis meses, acreditou em queda do PIB em 2009, acontece depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter informado que o PIB do segundo trimestre deste ano cresceu 1,9% na comparação com os três primeiros meses de 2009, o que tirou a economia brasileira da chamada "recessão técnica.


Para o Produto Interrno Bruto (PIB) de 2010, a projeção do mercado financeiro permaneceu em 4,5% de crescimento. Este é o mesmo número que consta na proposta de orçamento federal para o ano que vem.

Taxa de câmbio

Na semana passada, dado que foi informado nesta segunda-feira (5), a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2009 permaneceu em R$ 1,80 por dólar. Para o fim de 2010, a previsão ficou estável, também em R$ 1,80 por dólar.

Balança comercial e investimentos diretos

Já a projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2009 subiu de US$ 25,3 bilhões para US$ 25,8 bilhões.


Em 2008, a balança comercial teve superávit de US$ 24,7 bilhões, com forte queda de 38,2% frente ao ano de 2007, quando o resultado positivo somou US$ 40 bilhões. Para 2010, a previsão do mercado financeiro para o saldo da balança comercial recuou de US$ 18 bilhões para US$ 17,8 bilhões de resultado positivo.


No caso dos investimentos estrangeiros diretos, a expectativa do mercado financeiro para o ingresso de 2009 ficou estável em US$ 25 bilhões na última semana. Para 2010, a projeção de entrada de investimentos no Brasil permaneceu em US$ 30 bilhões.


 

Fonte: G1

5/10/2009

Greve dos trabalhadores começou há 12 dias
Na sexta, 7.053 agências ficaram fechadas no país.

Os bancários, em greve há 12 dias, realizam uma nova assembleia a partir das 17 horas desta segunda-feira (5) para decidir os rumos do movimento. A continuação da greve foi decidida pelos trabalhadores após duas rodadas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizadas nos dias 1º e 2 de outubro, que terminaram sem acordo.


Os negociadores da Fenaban afirmaram que encaminharam as simulações discutidas aos respectivos bancos e que agora quem decide são os donos dos bancos, de acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.


Segundo o sindicato, além das agências bancárias da região central da capital paulista e da Avenida Paulista, a paralisação será mais concentrada nos prédios administrativos onde estão escritórios dos presidentes dos bancos.
 
Balanço
Na última sexta, 7.053 agências bancárias ficaram fechadas e a greve atingiu todos os estados e o Distrito Federal, segundo a confederação. Em São Paulo, 32 mil trabalhadores de 740 locais de trabalho ficaram parados, segundo o sindicato dos bancários da cidade.
 As áreas das agências bancárias que concentram os caixas eletrônicos e outros terminais de autoatendimento estão sendo mantidas abertas, para que os clientes possam usá-las, segundo o sindicato dos bancários em São Paulo.

Fonte: Agência Estado

30/9/2009

A Receita Federal em São Paulo informou que uma comparação de dados econômicos disponíveis - já declarados ou não à Receita por 920 empresas paulistas -, resultou na coleta de "graves indícios de sonegação avaliada preliminarmente em R$ 1 bilhão, somente nos oito primeiros meses de 2009".

"Balanços contábeis, registros de entradas e saídas de mercadorias vendidas, receitas previdenciárias, movimentações financeiras, dados fornecidos por contribuintes pessoas físicas e jurídicas, cartórios, imobiliárias e administradoras de cartão de crédito e corretoras de ações em bolsa de valores, mercadorias e futuros, uma vez confrontados, revelaram centenas de empresas, individualmente, com variação milionária no recolhimento de tributos", informou a Receita.

Com as fiscalizações, previstas até o final do ano, a Superintendência da Receita Federal do Brasil em São Paulo pretende apurar essas irregularidades a fim de chegar aos motivos dessa discrepância entre o ritmo da atividade econômica desses contribuintes e o respectivo recolhimento de tributos fiscais.

Uma das hipóteses é que as empresas investigadas teriam - sob pretexto da desaceleração da economia decorrente da crise financeira internacional - lançado mão de artifícios para mascarar seus resultados nas demonstrações contáveis e demais dados declarados à Receita", informou.

"A atividade econômica das empresas investigadas não encolheu no mesmo ritmo dos seus resultados declarados à Receita Federal. Nesse primeiro levantamento encontramos 920 empresas com fortíssimos indícios de sonegação e já estamos preparando mais um levantamento que pode aumentar ainda mais esse universo", afirma José Guilherme Antunes de Vasconcelos, superintendente da Receita Federal em São Paulo.

Uma medida que pode combater a sonegação foi proposta pelo deputado Beto Albuquerque que visa a permitir a inclusão no Simples - Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - dos serviços de corretagem de seguros e de representação comercial.


 

Fonte: DCI

30/9/2009

O crescimento do crédito deve continuar a ser puxado pelos bancos públicos e pela pessoa física no último trimestre do ano, no entanto, a expectativa é que as instituições privadas aumentem as concessões, com maior participação de empresas, em 2010.

"No próximo ano, os privados deverão arriscar mais, sob pena de perder mercado", crê o professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite. Para ele, o crédito às empresas já mostra uma situação mais regular depois da crise, com sinais de crescimento até dezembro.

Dados do Banco Central referentes a agosto, divulgados ontem, mostram uma expansão de 1,5% nas operações de crédito no País, em relação a julho, a um saldo total de R$ 1,326 trilhões. Os empréstimos a empresas apresentaram um crescimento de 1,3%, a R$ 383,929 bilhões. Já na pessoa física, a expansão foi de 1,8%, a um estoque total de R$ 302,702 bilhões.

Nesse período, as operações de crédito do sistema financeiro público apresentaram uma alta de 2,3%, ante 1,3% do sistema privado e 0,3% entre os estrangeiros, a saldos de R$ 535,974 bilhões, R$ 539,907 bilhões e R$ 250,861 bilhões, respectivamente.

Para o chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, as expectativas para as vendas de fim de ano são positivas, no que depender do crédito. Os dados revelam que o prazo médio das operações de crédito com recursos livres para a pessoa física atingiu 498 dias corridos em agosto, o mais alto da série.

Segundo ele, esse alongamento, combinado com a trajetória de queda dos juros e com a retomada do crescimento do crédito consignado, leva a uma expectativa positiva para as vendas de final de ano. "Todos esses fatores levam à tomada de mais crédito pelas famílias", disse.

De acordo com a autoridade monetária, a média diária das concessões de crédito cresceu 7,3% em agosto em relação a julho, atingindo R$ 7,114 bilhões. A média de agosto de 2008 foi de R$ 7,028 bilhões, que representou alta de 1,2% nessa base de comparação. Lopes informou ainda que a média diária de concessões de crédito livre em setembro, até o dia 17, teve queda de 3,9% na comparação com a média diária de todo o mês de agosto. A média das concessões para a pessoa física caiu 6% e a da pessoa jurídica cedeu 2,5%, no período.

As concessões para pessoa física tiveram média diária de R$ 2,671 bilhões, com alta de 6,7% ante julho. Já para empresas, a média diária das concessões atingiu R$ 4,443 bilhões, com alta de 7,7% ante julho. Lopes disse que o volume de crédito com recursos livres teve crescimento de 0,8% em setembro até o dia 17.

Ele destacou ainda a expansão do crédito habitacional. Segundo o executivo, essa linha, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), passou de 1,3% em dezembro de 2005 a 2,1% no final de 2008. Segundo último dado do BC, essa relação chegou a 2,7% em agosto, com um saldo total de R$ 75,878 bilhões. "Ainda é baixo, mas está crescendo", disse.

Em relação à inadimplência, o professor da Trevisan acredita que a tendência é se manter estável, como já mostrado nos dados de agosto. "Já reduziu-se a alta acumulada durante a crise, mas a retomada econômica pode provocar um ligeiro aumento. Uma coisa deve compensar a outra."

Nos juros e no spread bancário, Leite acredita em continuidade na queda até o fim do ano. "Ainda não foi repassada toda a baixa na Selic. Até o fim do ano, porém, deve chegar a um limite", acredita.

Segundo Lopes, a taxa de juros das operações de crédito livre teve alta de 0,2 ponto percentual até 17 de setembro, na comparação com agosto, atingindo 35,6% ao ano.
A taxa de juros para a pessoa física ficou estável em 44,1%, no período, enquanto a de pessoa jurídica subiu 0,3 ponto percentual, para 26,7%.

Fonte: DCI

29/9/2009

Em outubro, entrará em fase de teste o Sistema Integrado de Comércio Exterior do Setor de Serviços, Siscoserv, uma base de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que prestará informações do setor de serviços. Com esse sistema as empresas poderão se cadastrar e obter informações de legislação para exportação, estatísticas do comércio exterior, procuração eletrônica, registro de serviço prestado dentre outros.

O Siscoserv será acessado pela internet, por meio da Certificação Digital e produção eletrônica. O sistema registrará informações comerciais e fiscais relativas às transações entre residentes e domiciliados no Brasil e no exterior.

De acordo com nota do MDIC, a mediação brasileira de comércio internacional de serviços, via sistema informatizado, será uma iniciativa pioneira no mundo.

Para o presidente da Fenacon, Valdir Pietrobon, essa medida pode impulsionar e permitir maior investimento estrangeiros no setor de serviços. Pietrobon ressalta que o Siscoserv também é uma conquista contra a burocracia, entrave que a Fenacon tem trabalhado para reduzir significativamente no país.

Saiba mais...

Os interessados em participar do teste devem informar os contatos (nome, cargo, telefone, e-mail) para o endereço: mailto:siscoserv@mdic.gov.br

Fonte: Fenacon

29/9/2009

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) brasileiro, medido pela Fundação Getulio Vargas, ficou estável em setembro, mantendo os 111,0 pontos registrados um mês antes. De acordo com levantamento, o resultado “confirma a acomodação do ICC no patamar alcançado em julho, após cinco meses consecutivos de avanço, entre março e aquele mês”.

O documento destaca que o indicador se mantém próximo dos 112,2 pontos registrados no mesmo período de 2008. Além disso, supera a média histórica de 107,1 pontos. A avaliação da FGV é que esse panorama “retrata um consumidor moderadamente otimista em relação aos rumos da economia brasileira no curto prazo”.O índice que reflete a opinião dos consumidores brasileiros sobre a situação atual subiu de 114,0 para 114,5 pontos. Já o índice de expectativas caiu de 109,4 para 109,1 pontos.

A pesquisa mostra que a situação financeira familiar foi considerada boa por 19,1% dos consumidores. Em agosto, a proporção havia sido de 18,6%. Já os que a avaliaram como ruim em setembro representam 13,5% do total, ante o índice de 13,7% verificado um mês antes. O resultado é o mais favorável desde outubro de 2008, após o início da crise financeira internacional. Na época, os percentuais haviam sido, respectivamente, 20,5% e 13,7%.

De acordo com o levantamento, no entanto, os brasileiros estão cautelosos em relação à continuidade dessa recuperação nos próximos seis meses. Entre agosto e setembro, a proporção de consumidores que preveem melhora da situação financeira familiar diminuiu de 33,0% para 31,7% e a parcela dos que projetam piora aumentou de 4,3% para 4,6%.

O Índice de Confiança do Consumidor é medido com base na Sondagem de Expectativas do Consumidor, que é feita em mais de 2 mil domicílios em sete das principais capitais brasileiras. Para realizar a análise, foram coletados dados entre os dias 31 de agosto e 18 de setembro.

Fonte: Agência Brasil

29/9/2009

Cerca de 50 empresas solicitaram ao governo federal autorização para trazer suas máquinas para o País.
A crise global provocou um movimento de transferência de linhas de produção ou até de fábricas inteiras do exterior para o Brasil. Cerca de 50 empresas solicitaram ao governo autorização para trazer suas máquinas para o País, revela o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Os pedidos de importação foram feitos por diversos setores como alimentos, têxtil, químico, móveis e mineração. A origem das linhas de produção também é variada: Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Alemanha, Reino Unido. Boa parte das solicitações veio dos fabricantes de autopeças – setor em que o desempenho do mercado brasileiro está muito melhor que o resto do mundo.

É a discrepância entre o Brasil, que já saiu da crise, e os países ricos que provoca as transferências. Com a queda da demanda nos EUA e na Europa, as multinacionais ficaram com capacidade ociosa lá fora. A crise também provocou uma quebradeira de empresas, criando oportunidades para companhias brasileiras comprarem máquinas usadas no exterior por uma fração do preço das novas.

A Coteminas realizou uma das maiores transferências de máquinas do exterior para o País. Depois de adquirir a americana Springs, a empresa, que pertence à família do vice-presidente José de Alencar, desativou nove fábricas nos Estados Unidos. As máquinas foram distribuídas pelas unidades de Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Norte.

“É melhor produzir aqui e exportar para os EUA. E, com a crise, parte da produção que ia para os clientes americanos agora fica no Brasil”, disse o vice-presidente industrial da Coteminas, Pedro Bastos. Entre as vantagens de trazer a produção para o País, estão a qualidade do algodão, o menor custo da mão de obra, e a proximidade com o grupo controlador. Ele conta que a crise tornou as transferências mais complicadas, porque significou perda de empregos para os americanos.

A lista de empresas que estão apostando no Brasil incluiu multinacionais como Nestlé e Motorola. A fabricante de celulares importou da unidade do México a tecnologia para fabricar em Jaguariúna (SP) equipamentos para banda larga sem fio. A produção começou em junho. De acordo com o vice-presidente da área de mobilidade, Eduardo Stefano, os incentivos fiscais e os altos custos de importação foram as razões para produzir localmente. Ele afirmou ainda que o Brasil é carente em tecnologia de banda larga.

A Nestlé trouxe do México uma linha completa para fabricação e envase de água mineral. O maquinário inclui desde a sopradora de garrafas até a empacotadora. A linha desembarcou no Brasil em julho e já está em operação. Com a ajuda das novas máquinas, a multinacional lançou no País a marca de água Nestlé Pureza Vital – a mais vendida do mundo. O objetivo é buscar a liderança no mercado de água mineral paulista, o maior do País com 30% das vendas.

Segundo o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, as empresas decidem as transferências de plantas cada vez mais rápido e o Brasil se tornou o alvo pelo bom desempenho na crise. Ele disse que o governo quer tornar ágil a entrada das linhas de produção no País. Como se tratam de máquinas usadas, o procedimento requer licenças de importação, que demoram de quatro a seis meses para serem liberadas. “Queremos fazer em 30 dias.”

A “importação” de fábricas é polêmica. O investimento é sempre bem-vindo, porque aumenta a produção e cria empregos. Mas ao autorizar a entrada de máquinas usadas, o governo pode desestimular o setor de bens de capital. O movimento de transferência de linhas de produção já provocou reclamações dos fabricantes de máquinas junto ao ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. “Corremos o risco de sucatear o parque industrial brasileiro. O setor de bens de capital ainda não saiu da crise”, disse Nelson Deduque, diretor de mercado externo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

As empresas argumentam que importar uma linha de produção usada pode reduzir em até 80% o custo do investimento. Isso permite que companhias de médio e pequeno portes também aumentem a produção. “Saiu pela metade do preço. Gastamos US$ 500 mil em máquinas que valem US$ 1 milhão. Foi uma das principais razões da transferência”, disse a coordenadora de comércio exterior das Linhas Bonfio, Rita de Cássia Pereira. A companhia trouxe, em maio, uma linha de produção de fios têxteis. As máquinas pertenciam a uma fábrica desativada no Canadá .

A Bio Springer, fabricante de extrato proteico, composto utilizado em alimentos como macarrão instantâneo, trouxe uma nova linha de produção para o País, que aumentou em 30% a capacidade de sua planta. Segundo Antonio Panzionoto, diretor industrial, a centrífuga veio da República Tcheca e as outras máquinas, da França. “Eram máquinas do grupo. É mais barato do que comprar tudo de novo no Brasil.”

Também há casos de empresas que não atuavam no País e estão chegando por meio de transferência de plantas. A fabricante de móveis portuguesa Iduna vai trazer uma unidade de Braga para Cotia, na Grande São Paulo. “O potencial do mercado brasileiro é grande, mas para ser competitivo é preciso produzir aqui. Além disso, o impacto da crise foi mais violento na Europa”, disse o proprietário da empresa, Alberto Araújo.

Fonte: O Estado de São Paulo

28/9/2009

O último fim de semana de isenção no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos fez aumentar as vendas em concessionárias de São Paulo. Algumas chegaram a vender o dobro do registrado em outros finais de semana.


A Peugeot, que realizou um feirão no Shopping Center Norte, vendeu 440 carros no sábado (26). O número superou o registrado normalmente em finais de semana: entre 200 e 250 carros, segundo a assessoria de imprensa da montadora.


O desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será reincorporado pelas montadoras de forma gradativa a partir da próxima quinta-feira (1º). Por isso, a corrida dos clientes foi pelos carros disponíveis em estoque, já que, para compras por encomenda em que o carro só será faturado após a quarta (30), não haverá mais o desconto do imposto.


“O consumidor veio pra comprar e, se percebe que não tem o modelo, aceita outro, mesmo com item a mais de opcional, para aproveitar a vantagem do IPI”, conta Nasser Salloum Filho, gerente-geral da Catalbiano no Pacaembu. O resultado, segundo ele, foi um aumento de 100% nas vendas no fim de semana.

 “Tem cliente que queria carro preto e está levando vermelho. Quem queria um Palio 1.0, muda para Palio 1.4. Estão pegando o que tem”, conta o supervisor de vendas da Itavema Fiat no Itaim, Leandro Silveira de Macedo.


Na rede Itavema Fiat – cinco lojas na capital – as vendas aumentaram até 60% para alguns modelos, na comparação com um fim de semana comum. “Acho que vou começar meu dia na segunda com o estoque 50% menor”, prevê a gerente-geral do grupo, Ana Maria Junqueira. Ela espera que as vendas sigam o mesmo ritmo até a quarta.

Em algumas concessionárias, a falta de carros em estoque teve de ser driblada. “As vendas estão sendo [feitas] com prazo de mais ou menos 15 dias. Não vou ter todos os veículos na pronta-entrega. Estou vendendo e honrando o preço”, explica Vytas Sipas, gerente da Da Vinci no Morumbi, que, desta forma, conseguiu “praticamente dobrar” as vendas no fim de semana.

1ª parcela 'esticada'

Além do desconto no IPI, quem foi às lojas em busca de um carro novo recebeu diversas ofertas, como IPVA grátis, aparelhos de som e até a primeira parcela bem "esticada". “Dependendo do valor da entrada e do prazo [de financiamento], temos a primeira parcela para 90 dias, inclusive [para pagar] com o 13º salário”, conta Luciano Vieira de Almeida, gerente de vendas da Brasilwagen, na Vila Guilherme.


Segundo ele, a rede, com seis lojas, vendeu 250 carros novos desde o sábado até as 16h deste domingo (27), quatro horas antes de terminar o feirão. “Vamos chegar a 300, com certeza”, disse.
 
Compra adiada

O governo anunciou a redução do IPI no dia 15 de dezembro do ano passado. Para carros populares, de até mil cilindradas, o imposto caiu de 7% para zero e, para automóveis entre mil e duas mil cilindradas movidos à gasolina, recuou de 13% para 6,5%. Para carros flex (bicombustível) e movidos à álcool, o imposto caiu de 11% para 5,5%. Não houve alteração para veículos com mais de duas mil cilindradas.


A partir da quinta (1º), haverá um aumento gradual do imposto. O IPI de carros de até mil cilindradas subirá para 1,5% em outubro, para 3% em novembro e para 5% em dezembro, retornando ao patamar anterior de 7% no dia 1º de janeiro de 2010.

 Para alguns, o fato de o IPI aumentar gradualmente a partir da quinta – em percentuais menores - pode levar alguns consumidores a adiar a compra do carro novo.

 “Para muita gente, esse 1,5% não muda muita coisa. Muitos acabam se preparando mais e comprando o carro [depois], mesmo com R$ 500 a mais”, opina o gerente de vendas da Superfor no Butantã, Sérgio Shiguero, que participou de um feirão em Guarulhos.

Segundo ele, as vendas de veículos novos no feirão corresponderam a 50% da expectativa inicial.

Fonte: G1

25/9/2009

As Bolsas da Europa fecharam em baixa nesta sexta-feira, com a fraqueza do setor financeiro --em particular entre os bancos-- superando ganhos das ações de energia.


A Bolsa de Paris caiu 0,51% no índice CAC 40, para 3.739,13 pontos; a Bolsa de Frankfurt perdeu 0,42% no índice DAX, para 5.581,41 pontos; a Bolsa de Madri fechou em baixa de 0,35%, indo para 1.217,70 pontos no índice Madrid General; a Bolsa de Amsterdã fechou em baixa de 0,94%, com 305,63 pontos no índice AEX General; e a Bolsa de Zurique fechou em baixa de 0,61%, indo para 6.236,91 pontos no índice Swiss Market. A Bolsa de Londres, na contramão, teve ligeiro ganho de 0,06%, indo para 5.082,20 pontos no índice FTSE 100.


O índice FTSEurofirst 300, referência das principais Bolsas europeias, caiu 0,18%, para 985 pontos, após oscilar entre 990 e 982 pontos. O indicador acumula baixa de 2,1% na semana.


Os bancos registraram as maiores perdas dentro do FSTEurofirst 300. Credit Suisse, UBS, Lloyds Banking Group, Deutsche Bank, Barclays, Julius Baer e BNP Paribas recuaram entre 0,2% a 5,6%.


As encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos caíram inesperadamente em agosto, apresentando o maior declínio em sete meses. Já as vendas de novas moradias no país aumentaram em agosto, porém ficaram abaixo das expectativas,


A confiança do consumidor norte-americano no final de setembro, contudo, atingiu o nível mais alto desde janeiro de 2008.


Grandes petrolíferas deram algum suporte ao índice europeu, conforme os preços do petróleo avançaram acima de 66 dólares o barril. BP, BG Group, Royal Dutch Shell and Tullow Oil ganharam de 0,3% a 3,3%.


"A razão mais atraente para comprar ativos é porque as autoridades continuam operando políticas extraordinárias. Estamos caminhando no mundo dos ativos para valorizações provavelmente acima da média no longo prazo", disse Jim Reid, diretor de estratégia de ativos europeus e de crédito global do Deutsche Bank, em Londres.


"Se eles continuarem colocando cada medida, cada estímulo em vigor, não há razão para que os ativos não possam continuar sendo negociados acima da média no longo prazo, especialmente se a rentabilidade dos bônus permanecer muito baixa."


   


 

24/9/2009

Reconhecimento da Moody's foi o primeiro a ser concedido após a crise.

Agora o país tem recomendação das três principais agências de risco.

O grau de investimento concedido pela agência de classificação de risco Moody's na terça-feira (22) foi recebido pelo mercado como um “carimbo” importante que atesta o bom desempenho e a rápida retomada do crescimento da economia do Brasil durante a crise, afirmaram especialistas consultados pelo G1.

"Tem um peso simbólico importante por ser o primeiro (grau de investimento) vindo após uma crise muito grande, dando um carimbo de que o país conseguiu sair dela rapidamente", afirmou o economista-chefe do banco Schahin, Silvio Campos Neto.

O grau de investimento é uma avaliação feita pelas agências considera as condições fiscais (das contas públicas) e as contas externas, além do marco regulatório e condições políticas, entre outros fatores.

Mais do que a elevação da nota – que, na prática, é uma recomendação para que os investidores coloquem mais recursos no país –, analistas comemoram o tom positivo da declaração sobre a economia brasileira.

Entre outros elogios, a Moody's classifica o Brasil como “vencedor” e compara o país positivamente em relação a outras nações. O texto destaca a curta duração da recessão no Brasil.

'Bem na foto'

“O tom da declaração do relatório atesta que, se houver um outro ‘mergulho’ na economia mundial, o Brasil está entre os países que enfrentarão bem”, afirma Luis Otávio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil.

“Normalmente, essa notícia não teria tanto impacto por já ser o terceiro grau de investimento que o Brasil recebe mas, por ser nesse contexto de crise, o Brasil ficou bem na foto", afirma Leal.

Outro ponto importante, segundo o economista Silvio Campos Neto, é o fato de a agência ter dado ao Brasil a perspectiva positiva para futuras revisões. “Mostra que eles vêem como possível elevar ainda mais a notas do país”, afirma.


Peso da nota

Para Daniel Motta, professor da escola de negócios Insper, as agências de classificação de risco perderam um pouco da credibilidade que tinham antes da crise, depois que atribuíram muitas notas altas a instituições financeiras que depois se relevaram as mais contaminadas pelos "títulos podres" das hipotecas de alto nível de inadimplência (subprime), que desencadearam o processo de quebra de bancos.
 
"Elas davam ratings bons para fundos de investimentos no exterior que eram extremamente 'podres', de pessoas que não tinham condições de honrar suas dividas imobiliárias. Como é que eu investidor posso confiar no rating se elas o davam para esses bancos que quebravam?",questiona.
Apesar das dúvidas, analistas concordam que ainda não surgiu outra ferramenta para orientar o investidor sobre quais os países devem ser destinos seguros para dinheiro.

"Obviamente que enfraqueceu (o papel das agências), mas o que fica no lugar? É a mesma coisa que o dólar: está mais fraco, mas ainda não há substituto. Ainda mais em termos de créditos soberanos", diz Leal, do ABC Brasil.

Situação fiscal

Ainda de acordo com o economista, uma boa notícia do relatório da Moody's é que ele sinaliza que a situação fiscal no Brasil não é fonte de preocupação para o mercado internacional – pelo menos por enquanto.

"O mercado interno estava começando a ficar preocupado com a questão fiscal no Brasil, principalmente com os gastos públicos com pessoal do governo, que têm crescido e não vão parar de crescer após a crise", afirmou.

Para ele, a agência demonstrou que a prioridade atual nas análises macroeconômicas do país é o crescimento da economia.

"Ficou claro pelo relatório da Moodys que a visão que o investidor estrangeiro com relação ao Brasil foi reforçada. Para eles, política fiscal não tem muito problema. O nome do jogo é crescimento. Isso vai dar uma certa tranquilidade do mercado", disse.

24/9/2009

Uma em cada dez pessoas com idade entre 5 e 17 anos trabalhava no Brasil em 2008. Esse volume (10,2%), que totaliza 4,5 milhões de crianças e adolescentes, manteve a tendência de queda, com redução de 0,7 ponto percentual em relação ao observado em 2007. Desta forma, cerca de 400 mil trabalhadores infantis deixaram essa condição, de um ano para o outro.


Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) relativa ao ano de 2008, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, publicado anualmente, traz uma radiografia da situação econômica do país, com informações sobre população, migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimentos.


Para a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Maria de Oliveira, a redução no número de trabalhadores infantis, no entanto, não representa um motivo de comemoração. Ela destaca que, principalmente, na faixa que vai dos 5 aos 13 anos qualquer tipo de trabalho é ilegal e pode comprometer o desenvolvimento de crianças e adolescentes.


“São reduções pouco expressivas, que vêm ocorrendo de forma lenta e pouco significativas, muito aquém tanto do ponto de vista da lei, já que até 14 anos toda forma de trabalho é contra a lei, quanto do ponto de vista dos compromissos internacionais que o Brasil assume. Até os 14 anos, a escola tem que ser prioritária e é dever do Estado e da sociedade assegurar esse direito, assim como o de brincar".


É o caso da empregada doméstica paraibana Socorro Vieira, que trabalhou na agricultura ajudando a mãe desde os 3 anos de idade. Hoje, aos 53, ela lamenta não ter tido oportunidade de estudar e brincar durante a infância e diz que se esforça para garantir esse direito aos filhos e netos.


“Eu nunca soube o que é brincar. Desde que me entendo como pessoa, já trabalhava na roça com a minha mãe. E hoje, se for preciso, deixo até de comer para que os meninos estudem e sejam crianças, possam brincar. É o único jeito de melhorar um pouco as coisas para eles”, afirmou.


A pesquisa revela também que a Região Nordeste continua apresentando os piores indicadores nessa área. É ali que se concentram 12,3% dos trabalhadores infantis, cerca de 1,7 milhão de pessoas. Por outro lado, foi também nessa região que se observou a maior redução na comparação com o ano anterior. Em 2007, essa parcela da população ocupada somava 1,8 milhão de pessoas, o que representava 13,4% do total. Por outro lado, a Sudeste reuniu a menor proporção: 7,9%, totalizando 1,3 milhão de pessoas.

Fonte: Agência Brasil

23/9/2009

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou na noite desta terça-feira, em São Paulo, que a concessão do grau de investimento ao Brasil pela agência de classificação de risco Moody's mostra que a economia País tem tido desempenho melhor durante a crise do que a de outros países que tinham avaliação superior das agências de risco.

"O comportamento da economia (brasileira) está superior a de muitos outros países com uma melhor avaliação das agências de investimento", disse Meirelles.

Ele afirmou que o grau de investimento vai favorecer os investimentos de longo prazo no País. Segundo ele, a nota melhora as perspectivas econômicas para o que classificou como "investimentos de qualidade".

"(O grau de investimento) melhora a qualidade dos investimentos. Não se deve olhar apenas o fluxo, mas a qualidade dos serviços", disse o titular do BC.

Como investimentos de longo prazo, Meirelles citou a compra de máquinas, implementos agrícolas e as aplicações no setor de serviços.

Segundo Meirelles, foi importante que a agência tenha melhorado o ranking do País com o mundo ainda em crise, "enquanto países ainda estão com suas economias ainda revisando os ratings (notas de classificação de risco), a Moody's classificou o País como um vencedor, com boa capacidade de resolver a crise".

"Se uma agência conservadora diz que é um país vencedor, então o Brasil tem boas condições de sair mais fortalecido da crise do que entrou, como vínhamos dizendo", disse ele.

O economista afirma que a avaliação mostra que o Brasil deu boa resposta, atacando os canais de transmissão da restrição ao crédito. "O Brasil fez uma sequência correta de investimentos", afirmou Meirelles.

Falando sobre o futuro da economia, Meirelles disse que o BC continuará sua política de responsabilidade monetária e fiscal e afirmou que o País continuará acumulando reservas internacionais.

23/9/2009

Dados mostram que brasileiros nunca deveram tanto no 'rotativo'.
Apesar dos juros altos, consumidor usa cada vez mais o cartão.


Os brasileiros nunca deveram tanto no cartão de crédito. Dados do Banco Central (BC) mostram que o uso do crédito rotativo, parcelamento com juros e saque somou R$ 14,56 bilhões em julho, um recorde. As dívidas acumuladas também bateram recorde: R$ 26,49 bilhões é o saldo acumulado no dia 31 de julho, segundo dados mais recentes do BC.

Apesar de o juro do dinheiro de plástico - atualmente em 237,9% ao ano - ser mais alto até que o do cheque especial, a participação dessa modalidade nos empréstimos só cresce.

Proporção

Hoje, a cada R$ 4 tomados emprestados pelas pessoas físicas, R$ 1 é no cartão. A inadimplência nas operações com cartões também é maior que nas outras operações de crédito. Segundo os dados do BC, em julho 28,3% das transações tinham atraso superior a 90 dias.

Especialistas afirmam que o aumento do consumo e o já elevado nível de endividamento nos financiamentos mais baratos explicam a busca pelo caro empréstimo do cartão.

Entre os principais empréstimos oferecidos às pessoas físicas, a linha mais cara é, curiosamente, a que ganhou mais clientes em julho. Enquanto o volume de novas operações no crédito pessoal cedeu 0,16% e o cheque especial caiu 1,02%, as novas concessões nos cartões saltaram 15,4% em julho ante junho.

Fonte: Agência Estado

22/9/2009

O rendimento médio mensal dos brasileiros, considerando todas as fontes, apresentou um aumento de 2% de 2007 para 2008, atingindo R$ 1.023.

O incremento foi o menor observado nas últimas quatro comparações anuais. Em 2008, quem mais sentiu a elevação foram as classes intermediárias de rendimentos.


Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referente ao ano de 2008, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo, publicado anualmente, traz uma radiografia da situação econômica do país, com informações sobre população, migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimentos.


A pesquisa mostra que, em 2008, enquanto os 10% de pessoas com rendimentos mais baixos não tiveram aumento real no rendimento médio, considerando todas as fontes, para os 10% com rendimentos mais altos a elevação foi de 1,1%.


De acordo com o índice de Gini (que mede o grau de distribuição da renda), houve redução na concentração dos rendimentos de todas as fontes no conjunto do país (de 0,535 em 2007 para 0,531 em 2008).


A análise regional indica que apenas a Centro-Oeste apresentou elevação do indicador (de 0,564 para 0,567). Essa também é a região com o maior grau de concentração de rendimentos de todas as fontes. A Norte registrou a maior queda (de 0,508 para 0,498).


Na avaliação sobre a renda média mensal dos domicílios com rendimentos, houve manutenção da tendência de aumento, com ganho de 2,8% de um ano para o outro, subindo para R$ 1.968.

Em 2007, o valor era R$ 1.915. A elevação ocorreu principalmente nas classes com rendimentos mais baixos, contribuindo para a redução na concentração do rendimento domiciliar para o país.

O índice de Gini para este indicador passou de 0,521, em 2007, para 0,515, em 2009. O mesmo movimento foi observado em todas as regiões, tendo sido mais intenso na Norte (de 0,498 para 0,478) e na Sul (de 0,484 para 0,477).

Fonte: Agência Brasil

22/9/2009

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) esperam por um desempenho melhor da economia neste ano. A estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de bens e serviços produzidos no país, passou de 0,16% para 0,15%. Há quatro semanas a projeção de retração era de 0,34%.


Na última sexta-feira (11), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB cresceu 1,9 % no segundo trimestre do ano na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao segundo trimestre de 2008, houve queda de 1,2%.
A expectativa do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é de que a economia brasileira cresça 1% em 2009. O BC revisa suas projeções para o PIB no Relatório Trimestral de Inflação, que será divulgado ao final deste mês.


Para os analistas do mercado financeiro, a economia deve se recuperar em 2010, com crescimento de 4%. Essa é a mesma previsão da semana passada.
No que diz respeito à produção industrial neste ano, os analistas preveem retração de 7,28%, ante os 7,35% projetados anteriormente. Para 2010, a previsão de crescimento passou de 5,65% para 6%.


Os analistas também alteraram a projeção para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 42,50% para 42,75% neste ano e de 40,95% para 41% em 2010.


A projeção para a cotação do dólar ao final deste ano passou de R$ 1,85 para R$ 1,81. Para 2010, não foi alterada a projeção de R$ 1,85.


A previsão para o superavit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) neste ano subiu de US$ 24,3 bilhões para US$ 25 bilhões. Para 2010, a expectativa foi mantida em US$ 18 bilhões.


Para o deficit em transações correntes (registro das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), os analistas ajustaram a estimativa de US$ 15,050 bilhões para US$ 15  bilhões. Em 2010, a expectativa para o resultado negativo passou de US$ 22,2 bilhões para US$ 22,8 bilhões.


A estimativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 25 bilhões neste ano e em US$ 30 bilhões, em 2010.

Fonte: Agência Brasil

18/9/2009

Restituições poderão ser sacadas a partir de 25 de setembro.
Lote tem 7,62 mil contribuintes com direito à restituição.

Do G1, em Brasília



A Secretaria da Receita Federal abre nesta sexta-feira (18), a partir das 9h, as consultas a um lote residual do Imposto de Renda Pessoa Física 2007, ano-base 2006. Os lotes residuais referem-se a contribuintes que caíram na malha fina do Fisco.
 
O valor estará disponível para saque na rede bancária a partir de 25 de setembro de 2009 e terá correção de 26,86%, informou a Receita. Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar a página da Receita na Internet, ou ligar para o telefone 146.


Do total de 29,3 mil contribuintes deste lote, 7,62 mil terão direito à restituição, no valor de R$ 15,1 milhões. Ao mesmo tempo, 17 mil pessoas físicas tiveram imposto a pagar, totalizando R$ 69,3 milhões. Outros 4,7 mil contribuintes não tiveram imposto a pagar ou a restituir.


Caso o valor não seja creditado, a Receita informou que o contribuinte poderá contatar pessoalmente qualquer agência do BB ou ligar para a Central de Atendimento através do telefone 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (deficientes auditivos), para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.

18/9/2009

Google foi marca que mais se valorizou segundo ranking elaborado por consultoria.

O valor total das 100 maiores marcas globais caiu pela primeira vez desde 2000, quando o dado começou a ser medido por uma consultoria.

Segundo o ranking elaborado pela consultoria Interbrand e a revista BusinessWeek divulgado nesta sexta-feira (18), as 100 marcas comerciais mais bem-sucedidas em 2009 valiam, em conjunto, US$ 1,2 trilhão. O valor é US$ 55 bilhões - ou 4,6% - inferior ao do ano passado. A Interbrand atribui a queda à recessão econômica em vários países do mundo este ano.

Não houve mudança na posição das cinco primeiras marcas do ranking em relação ao ano passado - Coca-Cola, IBM, Microsoft, GE e Nokia.

A marca que mais se valorizou no último ano foi o Google, de serviços de internet, que pulou da décima para a sétima colocação no ranking. A Interbrand estima que a marca Google vale hoje US$ 31 bilhões, 25% a mais do que no ano passado.

Recessão

O relatório sobre as marcas mais valiosas destaca que o Google opera "com baixos preços e alta funcionalidade e transparência". Entre os produtos do Google destacados pela Interbrand estão o navegador Google Chrome e o software Android, para telefones.
Depois do Google, a empresa americana de vendas online Amazon e a espanhola de moda Zara foram as que mais se valorizaram.

As marcas que mais perderam valor foram do setor bancário e da indústria automobilística. As instituições financeiras Merrill Lynch e AIG, que no ranking de 2008 estavam nas posições 34 e 54, respectivamente, não aparecem na lista deste ano, após serem socorridas pelo governo americano. A suíça UBS perdeu metade do seu valor.

No setor automotivo, nenhuma das 12 marcas de montadoras que aparecem na lista aumentou seu valor em 2009. A Harley Davidson, de motocicletas, perdeu 43% do seu valor.
"A recessão fez com que os líderes das marcas tivessem o mais duro teste das suas carreiras", afirma o estudo da Interbrand.


"As empresas tiveram de ajustar rapidamente na medida em que os consumidores reexaminaram suas compras e repensaram sua lealdade às marcas."

O valor da marca é um cálculo feito por consultorias especializadas e é uma representação financeira do que a marca significa para os ganhos de uma empresa. O cálculo leva em conta três fatores: os ganhos financeiros obtidos pelas empresas com suas marcas, a preferência dos consumidores pela marca e estimativas sobre a capacidade da marca de gerar ganhos no futuro.

Para compilar a lista das 100 melhores marcas, a Interbrand faz uma lista preliminar das marcas globais baseada em consultas com várias empresas no mundo todo. Alguns setores - como telecomunicações e farmacêutico - são excluídos do ranking. No caso das telecomunicações, isso é devido ao alto nível de fusões e aquisições. No caso do setor farmacêutico, é porque os consumidores consomem produtos por exigências médicas.
A partir desta pré-lista, a consultoria analisa quais marcas tiveram melhor desempenho. A metodologia também exclui empresas que não disponibilizam amplos dados financeiros. Além disso, pelo menos um terço do valor das marcas que entram no ranking precisa ser obtido fora do país de origem.

18/9/2009

Arrecadação federal teve queda real de 7,49% frente a agosto de 2008.
No acumulado do ano, somou R$ 432,1 bilhões, com recuo real de 7,40%.

G1, em Brasília


A arrecadação de impostos e contribuições federais, além das "demais receitas" (concessões e royalties, entre outros), totalizou R$ 52 bilhões em agosto deste ano, o que representa uma queda real (com valores corrigidos pelo IPCA) de 7,49% frente ao mesmo mês do ano passado, informou nesta quinta-feira (17) a Secretaria da Receita Federal. Os valores incluem as receitas previdenciárias.
 
Segundo o órgão, esse é o décimo mês consecutivo de recuo da arrecadação federal na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A comparação com o mesmo período do ano passado é considerada mais apropriada por especialistas.
 
"Não dá para saber quando a arrecadação vai deixar de cair. Não sei se tem, neste ano, possibilidade de voltar ao azul. Entramos em uma fase de recuperação em paralelo com indicadores específicos, como a produção industrial, mas não quer dizer que vai voltar a subir. O que existe é uma estabilidade", disse o coordenador-substituto de Estudos, Previsão e Análise, Raimundo Elói de Carvalho, a jornalistas.

Acumulado do ano

No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, informou a Receita Federal, a arrecadação total somou R$ 432,1 bilhões, o que significa uma queda real de 7,40% frente ao mesmo período de 2008.


Se a arrecadação se mantivesse estável frente ao mesmo período do ano passado, em termos reais, o governo arrecadaria R$ 34,9 bilhões a mais de janeiro a agosto de 2009. Por conta da frustração de receitas, já foram realizados ajustes no orçamento deste ano, por meio do corte de gastos.


Segundo dados da Receita Federal, a crise financeira é a principal responsável pela queda da arrecadação neste ano, além dos cortes de impostos efetuados pelo órgão - feitos justamente para reativar a economia por conta das turbulências internacionais.


Neste ano, a lucratividade das empresas recuou, pelo menos, 29,5%, enquanto a produção industrial caiu 12,8%; as importações caíram 31,2% em dólar. Todos estes fatores, que estão ligados à crise financeira internacional, contribuíram para derrubar a arrecadação em 2009.

Reduções de tributos

No acumulado de janeiro a agosto, segundo informou a Receita Federal nesta quinta-feira (17), as reduções de tributos geraram uma queda de R$ 17,3 bilhões na arrecadação de impostos e contribuições federais.


O órgão lembra que, além da redução do IPI de automóveis, de materiais de construção e da linha branca (máquinas de lavar, tanquinhos, fogões e geladeiras), também foi extinta a CPMF (pois a prorrogação não passou no Congresso Nacional), houve redução da alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e redução da CIDE para gasolina e diesel. Também foi alterada a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).